Começo com uma palavra de apreço para com a Direcção que agora cessa funções, presidida pela
Dra. Ana Caldeira e da qual fiz parte.
Esta, coincidiu no tempo com o período conturbado da pandemia COVID-19, e perdeu pelo caminho de forma trágica um dos seus elementos mais brilhantes e pró-activos, a Dra. Catarina Graça Rodrigues.
Contra todas as adversidades, a Direcção cessante fez um trabalho notável na divulgação das doenças do pâncreas, na educação pós-graduada, e na promoção da investigação nesta área.
Promoção da saúde, educacao pós-graduada e investigação: estes são também os três pilares fundamentais para a Direcção que agora foi eleita e a que tenho a honra de presidir.
Nesta jornada tenho a felicidade de estar acompanhado por quatro colegas e amigos – Dr. Eduardo Pinto Rodrigues, Dr. Filipe Vilas Boas, Dra. Alexandra Fernandes, e Dr. Miguel Bispo – que se têm dedicado desde sempre às doenças do pâncreas e com quem conto para um mandato dinâmico e produtivo.
Ultrapassado o período mais crítico da pandemia em que a COVID-19 se sobrepôs a todas as outras doenças tendo como consequência o desvio de recursos e o atraso no diagnóstico e no tratamento (também) das doenças pancreáticas, com consequências ainda por estimar, todos esperamos que a normalidade regresse às nossas vidas e às vidas dos nossos doentes.
No biénio 2021-23 iremos investir na educação para a saúde, através da melhoria da nossa plataforma digital e da presença nos media, com o objectivo de divulgar as doenças pancreáticas, num esforço de sensibilização para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
Iremos também promover o ensino pós-graduado dando continuidade aos cursos anuais focados na patologia inflamatória e na patologia neoplasica e participando activamente na Semana Digestiva Nacional.
E continuaremos a estimular a investigação clínica e as publicações na área do pâncreas, através das bolsas e prémios atribuídos todos os anos.
Entendemos que há também muito trabalho a fazer para que o CPP cresça e se afirme, tornando-se cada vez mais presente na vida dos gastrenterologistas portugueses e visível para a população.
É natural que o CPP se detenha de forma particular na temática do cancro do pâncreas, cuja incidência tem crescido sendo já em alguns países ocidentais um dos tipos de cancro mais frequentes e o mais mortal.
Não há tempo a perder no Combate às Patologias Pancreáticas. Vamos a isso!
Ricardo Rio-Tinto